Foram 19 anos na Fórmula 1, a principal categoria do automobilismo mundial. Mas como na vida tudo tem um fim, parece que encerrou-se o ciclo de Rubens Barrichello no F1. O anúncio da Williams colocando o compatriota Bruno Senna em seu lugar para ser companheiro do venezuelano Pastor Maldonado põe fim, ao que tudo indica, a uma das mais longevas carreiras de um piloto na categoria.
Fórmula 1 sem Barrichello
A menos que opte por correr na inexpressiva Hispania em 2012, arrastando-se nas últimas posições do grid, Barrichello despediu-se dos paddocks da Fórmula 1 em 2011. Mas como cara inteligente que é, ele deve abrir sua mente e seus horizontes para enxergar diversão em corridas de carros muito além da Fórmula 1. Declarado um apaixonado por velocidade, Barrichello pode tentar a sorte numa equipe da Fórmula Indy, nivelada em 2012 com a estréia de um carro totalmente novo, no Mundial de Endurance (corridas de longa duração) da FIA ou tentar uma vaga na Stock Car brasileira, caso for o desejo de correr sem precisar sair do Brasil.
Seja o que ele escolher, Barrichello terá espaço em qualquer categoria do automobilismo mundial. Do alto de seus 326 GPs disputados em 19 temporadas, a experiência vencedora dele só acrescentaria à escuderia defendida por ele. Essa afirmação nos leva a um paradoxo sobre Rubens Barrichello pouco conhecido dos próprios brasileiros: ele é mais respeitado no exterior do que em seu próprio país.
Como se sabe, o Brasil idolatra seus esportistas somente quando estes estão no topo. O segundo lugar, seja em qual circunstância acontecer, é visto em terras tupiniquins como um atestado de fracasso e derrota. Ainda mais num país que teve 3 campeões de Fórmula 1 conquistando 8 títulos num relativo curto espaço tempo (1972 a 1991), a morte trágica de Ayrton Senna colocou sobre os ombros de Barrichello a responsabilidade de representar o Brasil nas pistas, vencendo corridas e sendo campeão.
Este foi o grande erro de Rubens: ele jamais deveria ter aceitado essa pressão da mídia (e por consequência, da torcida) de ser um novo Senna e sim ter deixado claro a todo mundo que ele era o piloto Rubens Barrichello, não um salvador da pátria e que na Fórmula 1, o piloto é só uma parte do pacote campeão: é preciso um carro de ponta e uma equipe entrosada e focada para alcançar esse objetivo, coisa que ele só foi alcançar nos seus anos de Ferrari, a partir de 2000.
Cada corrida abandonada ou terminada numa posição fora do podium, fato comum quando guiava pela Jordan (1993 a 1996) e Stewart (1997 a 1999), levava Barrichello a procurar justificativas para o torcedor, ansiosos em saber porque a nova esperança brasileira não vencia corridas. E para completar, a mesma Globo que ufanisticamente levantava sua bola, não se constrangia em apresentar um quadro no humorístico Casseta & Planeta, no qual ele foi eternizado como o Rubinho Pé-de-Chinelo.
A Era Ferrari-Schumacher
A miopia coletiva da torcida brasileira em torno da figura de Rubens atingia níveis surreais, mesmo com sua transferência para a Ferrari. Pouca gente enxergou que para vencer no time italiano, Rubens precisava superar Michael Schumacher, um dos melhores pilotos de todos os tempos e em torno de quem foi construída a estrutura vencedora do time de Maranello a partir do início do século XXI. Ainda assim, Rubens conquistou 2 vice-campeonatos (2002 e 2004) e um total de 9 vitórias pelo time vermelho, mas sua situação por lá ficou meio insustentável a partir da temporada de 2006.
As más temporadas na Honda pareciam o prenúncio da aposentadoria, mas antes de abandonar a Fórmula 1 por conta da crise financeira de 2008, o time nipônico foi vendido para Ross Brawn, antigo chefe de Rubens na Ferrari, nascendo assim a Brawn GP. Com um carro muito superior à concorrência, Barrichello pôde voltar a ganhar corridas e terminou o ano em terceiro na classificação geral, defendendo a equipe de uma temporada só.
As últimas temporadas defendendo a Williams beiraram a melancolia, pois o time não tinha mais a força de outrora e circulava do meio para o fim da grid. Não por acaso, a equipe se socorreu de pilotos pagantes para tentar voltar à glórias de outros tempos, primeiro com Pastor Maldonado e agora com Bruno Senna. O lastro financeiro obtido pelo sobrinho do tricampeão Ayrton Senna não o desqualificam como piloto, pois poucos pilotos na Fórmula 1 podem se dar ao luxo de não levar um tostão para os times. Assim, de agora em diante, nunca mais ouviremos a histeria do Galvão Bueno gritando’Rrrrrrrrrrrrrrrrrubinho Barrichello, do Brasil!!!!’. Abaixo, como pequena homenagem do Pustgrilo! a esse notável esportista brasileiro, a primeira vitória dele, conquistada pela Ferrari no Grande Prêmio da Alemanha de 2000:
Abaixo, você tem a listagem de todas as vitórias de Rubens Barrichello na Fórmula 1:
- GP da Itália 2009 (Brawn GP)
- GP da Europa 2009 (Brawn GP)
- GP da China 2004 (Ferrari)
- GP da Itália 2004 (Ferrari)
- GP do Japão 2003 (Ferrari)
- GP da Inglaterra 2003 (Ferrari)
- GP dos EUA 2002 (Ferrari)
- GP da Itália 2002 (Ferrari)
- GP da Hungria 2002 (Ferrari)
- GP da Europa 2002 (Ferrari)
- GP da Alemanha 2000 (Ferrari)
pra começo de papo a formula 1 so tinha emoçao quando era com SENNA,infelizmente o cara se foi pra outra pista mas ele ta legal ,valeuuuuuuuuuuu