De tempos em tempos, somos surpreendidos com o lançamento de produtos tão úteis, inovadores e fáceis de usar que nos deparamos com a pergunta filosofal: ‘como eu vivi esse tempo todo sem isso’? Desde a Revolução Industrial, a tecnologia e a ciência vem presenteando a humanidade com estes apetrechos, que de tão famosas entre todas as camadas da sociedade, acabam sendo chamadas por suas marcas e não por seu nomes verdadeiros.
Revolução Industrial: época de invenções geniais
Isso acontecia com mais frequência na Revolução Industrial pois era mais difícil para a concorrência copiar aquela solução ou produto genial. Assim, alguns segmentos foram tomados pelo monopólio de somente uma marca de forma de tal forma que aquela marca virou sinônimo do produto. E isso continua acontecendo (em menor escala), ou alguém ainda acha que depois do iPhone as pessoas continuarão a chamar os smartphones assim? Por isso, reunimos as mais famosas marcas que conseguiram se tornar sinônimos dos produtos e viraram referência no mercado:
Leite Ninho (leite em pó): toda criança brasileira cresceu tomando aquele pó branco desidratado que milagrosamente se transformava em leite quando misturado com água. As tradicionais latas amarelas ganharam a companhia de diversas variantes, voltadas a recém-nascidos e crianças em crescimento, de acordo com a idade. A concorrência, hoje, é bem acirrada, mas ainda assim o Leite Ninho ainda é reconhecido como sinônimo de leite em pó.
BomBril (esponja de aço): para tirar a sujeira mais pesada daquela pia de louça suja, uma esponja normal não dá conta: tem que ser no BomBril mesmo. A marca de esponja de aço é também nome da empresa que fabrica uma infinidade de produtos para a limpeza do lar e mesmo com a concorrência de outras lãs de aço, é o BomBril que todo mundo lembra quando se refere a lã de aço.
Chiclets (goma de mascar): não importa se é um Big-Big, Trident, Ping-Pong ou Ploc: quando você vai comprar goma de mascar, sempre menciona a palavra chiclete, um aportuguesamento de Chiclets, tradicional marca do produto, vendido em coloridas caixinhas, desde 1906.
Band-Aid (curativos adesivos): para proteger a pele de pequenos ferimentos, um funcionário da Johnson & Johnson criou, em 1920, um curativo auto-colante, esterilizado e capaz de manter a umidade natural da pele. O envio de milhões de unidades do produto para a Europa na Segunda Guerra Mundial ajudou a popularizar o produto, que é conhecido por esse nome no Brasil, Estados Unidos, candadá e Austrália, independente do fabricante.
Gillette (lâmina de barbear): King Camp Gillette mandou as tradicionais navalhas para a aposentadoria ao criar a lâmina de barbear descartável no fim do século XIX, muito mais barata e que qualquer um era capaz de manusear para fazer a própria barba. O sucesso foi tanto que a empresa fundada por ele se tornou uma gigante, sendo adquirida pela Procter & Gamble tempos depois. Sem contar o fato de, até hoje, Gillette ter se tornado sinônimo de lâmina de barbear em todo o mundo.
Leite Moça (leite condensado): ingrediente principal da mais deliciosas sobremesas da cozinha brasileira, o leite condensado da Nestlé é outro produto da empresa suíça que alçou tanta popularidade entre o consumidor que acabou virando sinônimo de leite condensado. Outras marcas conseguiram produzir leites condensados com sabor quase igual, mas o pioneirismo do Leite Moça o garante como um pilar da culinária brasileira.
Nissin Miojo (macarrão instantâneo): salva-vidas daqueles sem muitas habilidades culinárias ou com preguiça de fazer um jantar mais elaborado, o macarrão instantâneo (também conhecido como lámen) foi inventado no Japão por Momofuku Ado em 1958 e trazido ao Brasil logo em seguida. A popularidade foi instantânea e hoje existe Miojo de diversos sabores, fazendo a alegria de quem não quer gastar mais do que 3 minutos para preparar uma refeição.
Isopor: não parece, mas o nome correto daquele material que embala eletrodomésticos e usado para produzir caixas térmicas é poliestireno expandido (EPS), um plástico com propriedades isolantes, resistente a impactos, leve e de baixo custo. Como ninguém anda por aí dizendo que vai por as bebidas numa caixa de poliestireno expandido, a marca Isopor acabou tornando-se sinônimo desse material tão útil.
Cotonetes (hastes flexíveis): o produto criado para substituir os palitos envolvidos em algodão para limpar as orelhas e recolher secreções ganhou esse nome de batismo pelas mãos de seu inventor, Leo Gersternzang, para a Johnson & Johnson.
Xerox (fotocópias): um dos nomes de marca mais enraizados na cabeça das pessoas. Xerox pode tanto se referir à maquina que faz as cópias xerográficas como descrever o próprio ato, através do verbo xerocar.
Marcas como sinônimos de produtos: exemplos não faltam
Claro que no universo de marcas transformadas em substantivos próprios, existem milhares desses exemplos. Se você por acaso quiser mencionar mais algum, esteja à vontade para usar nossa caixa de comentários para isso.
Muito bom esse artigo!Lembro que cueca era Zorba,sabão em pó era Omo,perfume era Avon e por ai ainda vai.Abração!
Excelente lembrança do sabão Omo, Walter. Abraços!
Bacana!! Só faltou falar sobre “Danone”… hehe
Saudações.
Lembrando de um erro no artigo, todos os produtos da esponja de aço são dos mesmos fabricantes da bom bril, ou seja, continua a ser um monopólio.
Nescal, Omo, raiban, tampax, nescafé, havaianas, kodak, Gelol, Mumu….
Notem a qualidade de posicionamento da Nestle!
Curioso é que Chiclets nunca foi líder de venda no Brasil. Lembro ainda que durante muito tempo USTop foi sinônimo de jeans.