Que tipo de comparação podemos fazer entre uma Ferrari F430 e um Toyota Corolla? Fora o fato de serem carros, quase nada eles têm em comum, se analisarmos a fundo. A Ferrari é um superesportivo de desempenho singular e preço idem, capaz de proporcionar fortes emoções ao motorista graças ao seu motor de 490 cavalos. Já o Corolla é o protótipo do carro-eletrodoméstico, correto, funcional e econômico, ideal para botar a família dentro e passear. Mas ninguém imaginaria que o Corolla venceria a Ferrari num racha no autódromo.

‘Ah, mas foi de ré’, diria um decepcionado leitor. Óbvio que numa corrida de verdade, o motorista do Corolla só veria a Ferrari no outro dia, mas aqui cabe uma explicação. O câmbio do Corolla é do tipo CVT (Transmissão Continuamente Variável), uma caixa automática sem engrenagens que permite manter uma rotação constante em qualquer velocidade, trazendo mais economia e sem trancos nas mudanças. Quado se engata a ré num câmbio desses, se ele não tiver um limitador de velocidade, a tendência é a velocidade subir enquanto o acelerador estiver cravado, enquanto no câmbio sequencial da Ferrari, a velocidade é limitada pela tamanho da engrenagem da marcha-a-ré.

Mas se fosse apostar, creio que qualquer um perderia dinheiro apostando na Ferrari, se não soubesse desses detalhes técnicos. Confira esse racha improvável no vídeo abaixo: