Nos últimos tempos, têm surgindo em blogs, tumblrs, fan pages no Facebook, Twitter e outros lugares da internet brincadeiras a respeito de um iminente Apocalipse Zumbi. Um cenário de caos, destruição e terror é pintado nessas redes sociais a partir da manipulação de notícias bizarras, daquelas dignas de figurar em programas sensacionalistas baratos. Mas o que poderia ficar restrito a à seção de bizarrices de portais de notícias está tomando ares de histeria, através da divulgação de casos escabrosos de canibalismo que muitos têm classificado como o começo do fim da raça humana, num ataque em larga escala de mortos-vivos famintos por cérebros humanos.

O fato de ser uma notícia bizarra não a classifica como falsa, evidentemente. Elas funcionam como uma seção de curiosidades, no estilo das reportagens do extinto programa “Acredite se Puder”, apresentado por Jack Palance. O que está pegando é que, devido ao presumido aumento nos registros de ataques de pessoas completamente fora de suas faculdades mentais, está se criando um mito de que o humanidade vive um iminente cataclisma ocasionado por hordas de zumbis. Menos, bem menos.

Parte dessa histeria é culpa de nerds hardcore, impressionados com os zumbis presentes em filmes e séries de sucesso, como The Walking Dead e jogos de video game como Resident Evil. Zumbis estão na moda e não seria difícil de imaginar que eles estariam na pauta de qualquer conversa nerd. Mas daí a transporta-los para nossa realidade já vai uma distância considerável.

Zumbis em todo canto. Menos na vida real.

Entre os casos reportados de supostos ataques de zumbis, está o do mendigo que teve parte de seu rosto comido por um homem em Miami (Estados Unidos), o do chinês bêbado que quase arrancou a face de uma mulher e da mulher que foi morta depois de atacar os três filhos e entrar em luta corporal com uma vizinha, são apenas alguns dos casos bizarros de canibalismo tidos como sendo indícios de um ataque zumbi.

Para além do sensacionalismo envolvido nesse tipo de notícia, uma leitura mais aprofundada acaba com qualquer mistério: todos eles envolvem fatores bem mais reais do que a ressurreição de mortos-vivos, como consumo de bebida alcoólica em excesso e transtornos mentais. Por vias das dúvidas, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) teve que emitir um comunicado para informar a população que zumbis não existem, apesar dos recorrentes casos de canibalismo.

Zumbis: tão reais quanto vampiros

Um agente qualquer (vírus, bactéria, gás, etc) capaz de trazer os mortos de volta à vida é algo tão fácil de existir como vampiros: são frutos de crenças populares enraizadas através dos séculos, quando o conhecimento acerca da saúde, comportamento e psiquiatria era infinitamente menor e menos popularizado, levando as pessoas a acreditarem em fenômenos sobrenaturais.

Nos nossos tempos, onde o conhecimento está ao alcance de um clique para quem deseja se informar sobre qualquer coisa, chega a soar engraçado pessoas influentes na internet saírem por aí alardeando, mesmo em tom de brincadeira, que um Apocalipse Zumbi está por vir.

Isso posto, podem se acalmar: a humanidade não vai acaber por conta de um ataque massivo de zumbis. Eles ficarão restritos a séries de TV, video games e à imaginação fértil de algumas pessoas.